renascimento

VÍDEO: idosa de 102 anos supera Covid-19 e recebe alta em hospital de Cruz Alta

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Foto: Hospital Regional Santa Lúcia (divulgação)
Momento da homenagem, na saída do Hospital

Aos 102 anos, um renascimento. É assim que a filha Luisa descreve o processo de recuperação da mãe, Marina do Canto Jobim, nascida em 1918 e diagnosticada com o novo coronavírus no começo de julho. Após 13 dias de internação no Hospital Regional Santa Lúcia, de Cruz Alta, cidade onde vive, Marina agora está em casa, ainda em isolamento, mas fora de perigo. Conforme a médica infectologista Paula Rubin Facco Librelotto, que tratou o caso, não há registro de alguém com essa idade que tenha vencido a Covid-19 após hospitalização no Rio Grande do Sul.


Marina recebeu alta na quarta-feira. Na saída do hospital, foi homenageada pelos profissionais de saúde, que, com balões e aplausos, fizeram um corredor para a centenária mulher. Ainda debilitada e de poucas palavras, Marina foi enfática ao responder o questionamento de uma das enfermeiras, que perguntou se ela estava feliz com a recuperação:

- Sim!

A INTERNAÇÃO
Tudo começou no dia 2 de julho. Em casa, à tarde, enquanto tomava chá, Marina sentiu uma leve coceira na garganta. Horas depois, a filha percebeu que a mãe começou, repentinamente, a se atrapalhar com a fala e ter um olhar vazio. Imediatamente, ocorreu a suspeita de um AVC, e ela foi levada ao hospital. No outro dia, após avaliação, o AVC não foi constatado, e as suspeitas se voltaram para a Covid-19, confirmado com um teste RT-PCR. A partir daí, ela foi isolada, e a filha Luisa, de 64 anos, perdeu o contato com a mãe.

- Foi chocante. Quando eu vi minha mãe no pronto atendimento, delirando, com a pressão caindo, eu achei que ela não iria sobreviver. Para mim, tudo isso foi um milagre - relata.

A partir daí, quem acompanhou Marina na internação foram as duas cuidadoras que trabalhavam com ela. Marina foi medicada, entre outros remédios, com a hidroxicloroquina.

- Ela aceitou muito bem a medicação e foi tratada muito bem por todos. Ela fez vários exames. Logo vimos a melhora após a medicação. Ela sentava, tomou até chimarrão, só estava mais quietinha. Acho que passava um filme pela cabeça dela - relata Shirley Amaral, uma das cuidadoras.

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Marina não tem comorbidades e, conforme a infectologista Paula Librelotto, apresenta uma boa saúde. Por conta da idade, Marina faz uso de cadeira de rodas. Conforme a filha, ela é muito lúcida, gosta de jogar o jogo do Show do Milhão em um tablet, resolver palavras cruzadas e ouvir notícias da cidade, principalmente sobre política.

Durante a internação, a idosa precisou de oxigênio por sete dias, mas não chegou a utilizar ventilação mecânica. A médica ressalta que foi essencial a busca por atendimento logo no aparecimento dos primeiros sintomas, e comemora a alta da paciente:

- A alta foi um momento muito especial para toda a equipe, e para mim um dos momentos mais gratificantes como médica. Estamos vivendo um período difícil, extensa jornada de trabalho, com muitas incertezas, e ver a melhora da paciente, a alegria da família e a esperança nos olhos dos profissionais da equipe foi muito especial!

CENTENÁRIA

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Nascida em Porto Alegre, Marina tem, além de Luisa, outro filho, já falecido. O marido morreu há 15 anos. Desde então, mora com a filha. Marina tem oito netos e dois bisnetos. Ela trabalhou durante a vida como produtora rural, e dava palestras sobre espiritismo em diversos centros espíritas de Cruz Alta. Por isso, e pela idade avançada, é bastante conhecida na comunidade, que, durante o período de internação, enviou várias mensagens de apoio.

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Ainda não se sabe como ela foi infectada. Todas as pessoas com quem teve contato testaram negativo para a doença. Marina deve seguir em isolamento domiciliar pelo menos até esta sexta-feira, por protocolo. A filha Luiza resume bem o momento da saída do hospital:

- Foi maravilhoso. Trazer minha mãe de volta pra casa, junto da gente, ela ainda estar conosco, para mim foi quase um renascimento.

*colaborou Felipe Backes

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